segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pecadinho ou Pecadão?

Assunto não muito abordado nos púlpitos, mas muito corriqueiro na roda dos irmãos, o tal do “pecadinho” e “pecadão”. 

Antes de tudo, quero deixar aqui claro que para Deus não existe pecadinho e pecadão, pecado é pecado e ponto. Qual a diferença então? A diferença está na consequência, ou seja, a colheita daquilo que se plantou, e independente de qualquer coisa, Deus está pronto a perdoar qualquer tipo de pecado, se a pessoa estiver disposta a abandona-lo, ainda que essa pessoa tenha que arcar com as consequências de seus atos.

Mas o que a igreja (instituição) diz sobre isso? Claro que não vou generalizar, mas infelizmente essa é uma realidade em muitas e muitas denominações, infelizmente a igreja insiste em ensinar que existem níveis de pecados e punições específicas para cada tipo de erro, e assim agem com mais rigor em alguns casos, chegando até a exclusão dos seus membros.

A igreja está criando dois tipos de cristãos: um é o hipócrita e fariseu que esconde seus pecados porque tem medo de confessar, ter seus pecados expostos, ser julgado e até mesmo excluído, e outro é o desviado que confessa seu pecado, é exposto diante de todos, excluso da comunhão com os irmãos e por isso abandona sua fé em Deus porque acha “pesado” demais seguir Deus como os “super-santos” que ele vê nas igrejas.

Em ambos os casos o perigo é iminente, até quando um irmão vai aguentar ficar vestido com sua máscara? Será que o irmão que se decepcionou vai voltar para os caminhos do Senhor?

Mas Jesus não veio para os doentes?! A igreja não deveria ser um hospital para tratá-los?! Os líderes têm colocado fardos muito pesados nas costas de suas ovelhas, mas Jesus não veio para aliviar nossos fardos?!

A verdade é que nós nos achamos perfeitos demais, somos cheios de justiça própria e achamos que levamos alguma vantagem quando comparamos nossa vida mais ou menos com a vida do irmão que está “pior” que a nossa, mas nos esquecemos de que se compararmos ambas as vidas com a de Jesus, veremos que tanto uma como a outra, quando comparadas à vida perfeita do Mestre, precisam de perdão e melhorias.

Que diferença existe entre o homicida e o caloteiro? Que diferença existe entre o fornicador e o mentiroso? Que diferença existe entre o estuprador e o glutão? Todos não precisam de perdão?! Só que é muito mais fácil abandonar um irmão do que ajudá-lo, porque ajudar, aconselhar, discipular, orar, ouvir, cuidar, tudo isso dá trabalho e hoje quem quer trabalhar pelo Reino? As pessoas vestem uma capa de “super-santos” e quem não for da mesma panelinha não pode ajuntar, mas se esquecem de que todos dessa panelinha estão não só com as capas, mas também com as máscaras. Eles até enganam os homens, mas ninguém engana a Deus.

Irmão (ã) que está lendo esse artigo, eu sei que todos nós temos nosso “espinho na carne”, todos nós precisamos de perdão, não se sinta desencorajado porque cometeu esse ou aquele erro, não se sinta menos porque alguém se acha superior e mais justo que você, lembre-se que Jesus já pagou o preço pelos nossos pecados, basta você confessar e abandonar a pratica.

Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade”. 1João 1.9

Lembre-se de Davi, mesmo cometendo erros que talvez eu e você nunca teríamos coragem de cometer, ainda assim foi chamado de “homem segundo o coração de Deus”, e por quê? Porque Davi tinha um coração quebrantado e contrito.

“Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido”. Salmos 51.17


Minha oração é que o Espírito Santo nos convença de nossos pecados, nos dê um coração quebrantado e contrito, para que possamos abandonar esses pecados que nos afastam de Deus, e que possamos caminhar em santidade. Mesmo que tenhamos que arcar com as consequências de nossos erros, Ele estará ali do nosso lado nos ajudando a passar por essas dificuldades.

Não importa se você acha que seu pecado é “mais leve” ou “mais pesado”, não se esqueça de que o pecado deliberado vai gerar morte e separação de Deus, o melhor a se fazer é abandonar o pecado, seguir em frente e obedecer aquilo que disse Jesus disse: “.. vá e não peques mais”.

Um comentário:

  1. A afirmação de que para Deus não existe pecadinho nem pecadão provavelmente foi utilizada inicialmente no sentido de que todo cristão deveria buscar a santidade. Em outras palavras, se o Espírito Santo habita no crente, presume-se que ele seja regenerado, a prática de um pecado, por mais leve que seja, prejudicaria aos poucos a sua comunhão com Deus. Nesse sentido, é que se diz que não há "pecadinho nem pecadão", o que não significa que para Deus não exista DIFERENÇA entre pecadinho e pecadão. As Escrituras Sagradas testificam isso em várias passagens. O dever de não julgarmos o nosso semelhante não significa que somos proibidos de exercermos juízo crítico sobre a INIQÜIDADE que está diante de nossos olhos, aumentando cada vez mais. Dizer o contrário, me parece falsa piedade ou falta de discernimento espiritual.

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