Foi em um
domingo à tarde, recebemos a visita de nossos avós (na verdade são os avós da
minha esposa, mas eu os considero) e enquanto minha esposa e avó preparavam um
delicioso café na cozinha, ali na sala eu e o avô conversávamos sobre vários
assuntos enquanto assistíamos a uma partida de futebol.
Como é
interessante conversar com pessoas com mais experiências, não sei quanto a
você, mas eu sou bastante observador, gosto muito de conversar com pessoas mais
vividas, aprendo lições preciosas, e nesse domingo não foi diferente.
Meu avô
começou a me contar sobre como ele perdeu um bom dinheiro por ter feito uma
sociedade com uma pessoa sem caráter, ele me contou que ele e mais um amigo
haviam montado uma oficina e anos após resolveram vendê-la, entraram em um
acordo para vender a oficina por 7 mil (não me lembro agora qual era a moeda
corrente da época), como era 50/50 ficariam então 3,5 para cada.
Esse
amigo do meu avô tomou a frente das negociações e vendeu a oficina para um juiz
da cidade, mas disse para o meu avô que ele, o juiz, só iria pagar após 3
meses, pois precisava vender uma safra de café que havia plantado, passaram-se
os 3 meses e nada do dinheiro, meu avô resolveu ir então até a fazenda desse
juiz para ver se ele poderia adiantar algum dinheiro, pois ele estava passando
necessidades e precisava dessa grana.
Chegando lá, explicando a situação para o juiz, para sua surpresa, ele
ouviu:
- Mas o
senhor tinha uma porcentagem menor na oficina?
E o meu
avô respondeu:
- Não,
era meio a meio, seria 3,5 para cada um, por quê?
O juiz
então com um olhar de indignação:
- Eu
comprei a oficina por 12 mil, e digo mais, paguei na hora.
Se compadecendo de meu avô, o juiz e ele foram até a casa desse amigo, tiraram satisfações e para resumir a história, até hoje, muitos anos depois, meu avô não recebeu todo o dinheiro, e nem vai, pois o amigo morreu há alguns dias.
Bom, você
deve estar se perguntando: “E o que eu tenho a ver com o problema do seu avô?”,
bem, nada, a menos que você queira pagar a divida do seu falecido amigo.
Eu te
contei toda essa história porque um fato me chamou atenção, depois que meu avô
contou tudo isso e acredite, teve “mais caroço no meio desse angu”, no final da
“proza”, meu avô me disse:
- E sabe
o que mais? Ele era crente. Faziam reunião na casa dele, tocavam violão lá,
cantavam pra Deus e ele ainda ia todo domingo na igreja. Era crente ainda por
cima.
Confesso
que fiquei sem palavras, não pensei que o desfecho dessa história seria assim.
Só me veio uma coisa em mente: “Cara, como é importante sermos (nós cristãos)
exemplo. Será que sou um exemplo para alguém?”
Comecei a
pensar em como nossas atitudes são muito importantes, e em alguns casos, elas
são cruciais para podermos testemunhar aquilo que cremos. Ela pode funcionar
como uma ponte que leva a pessoa a conhecer a Deus ou como um muro que
atrapalha para que isso aconteça.
Você já
ouviu aquela famosa frase: “Faça o que digo, mas não faça o que faço”?! No
cristianismo é diferente: “Faça o que eu digo e FAÇA o que eu faço”. Não estou falando de “super-crentes”, mas de
cristãos que buscam viver em santidade, se esforçando para “matar o velho-eu”
todos os dias, dando espaço para o Espírito Santo moldar suas vidas.
“Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a
delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra
essas coisas não existe lei. As pessoas que pertencem a Cristo Jesus
crucificaram a natureza humana delas, junto com todas as paixões e desejos
dessa natureza.” Gálatas 5.22-24
Se
desejarmos fazer a diferença, precisamos ser diferentes, precisamos ser
exemplos, precisamos nos esforçar para não deixar o mundanismo moldar nosso
caráter.
“Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que
Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim
vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e
agradável a ele.” Romanos 12.2
Se as
nossas atitudes não condizem com as nossas palavras, só estamos jogando
palavras ao vento. Precisamos deixar com
que Cristo seja o centro de nossas vidas, deixar com que o Espírito Santo nos
molde para que a cada dia nós possamos parecer mais com Pai.
Do que
adianta freqüentar culto de domingo a domingo se dentro de casa o marido bate
na sua esposa, a esposa não é submissa ao seu marido, o filho desrespeita seus
pais, os pais não dão amor aos filhos, falamos palavrões no futebol, compramos
e não pagamos, mentimos para nosso irmão, fazemos maldade no trabalho, cobiçamos
a mulher do próximo, roubamos, etc. ?! Só estamos enganando a nós mesmos.
Paulo
disse:
“Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo.” 1 Coríntios 11.1
“não damos nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso
ministério não seja censurado” 2 Coríntios 6.3
E no final das contas, tudo termina em... Cristo. Ele é o nosso exemplo
a ser seguido.
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